Nós
mulheres parecemos não aceitar mais os corpos em que nascemos.
Colocamos silicone e botox.
Como
diz o ditado: “Cada um faz do corpo o que bem entende.” Isso deve
– se à modernidade com o avanço da medicina e lógico, a vaidade.
Mas a história aqui é outra.
Meu
avô Tinoco, conhecido fazendeiro do interior de Minas, tem como
hobby pintar e esculpir. Ele não precisa, mas ganha uns trocados
vendendo o que produz. São coisas que a gente conhece das feiras de
artesanato: santos, vasos, figuras da região, feitos de material em
argila, tirada da própria fazenda.
Os
quadros são pintados com motivos de paisagem, o que ele mais gosta.
Foi daí então que peguei o gosto pelas artes, e nas férias,
passamos juntos, pintando e esculpindo formas. Vó Deolinda fica com
seus afazeres na cozinha.
O
que me atrai na fazenda, é um dos quartos da casa, sempre bagunçado
com coisas antigas: móveis, relógios quebrados, bisnagas vazias de
tinta e desenhos guardados numa caixa de madeira. Comecei a ver cada
um deles, e o que me chamou a atenção foi o desenho do corpo de uma
mulher.
Cheguei
perto do meu avô e mostrando o esboço, perguntei quem havia servido
de modelo, no qual respondeu:
-
Sua avó Deolinda.
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