segunda-feira, 16 de outubro de 2017

As aventuras de Hanna


Primeiramente leia 
as historinhas abaixo, para compreender as aventuras.


Hanna a espiã

 Hanna e o drone
                                                                                                                                   


Porque Gustavo duvidou ao saber que Hanna sua irmã, é uma espiã. E agora, Robson, encontrando sem querer o drone no jardim do prédio onde Gustavo mora, curioso, quis saber sobre o desenho do escorpião e o significado das palavras: Brigada de Segurança dos Escorpiões, descrito no fundo do equipamento. 
— Minha irmã é uma espiã.

— Sua irmã uma espiã? Imagina - duvidou Robson.
Realmente é de se duvidar que alguém no Brasil possa ser um espião. Geralmente são russos ou americanos. Hanna, porém, é uma espiã brasileira. Mas há quem duvide.
— “Sou brasileira com muito orgulho e amo minha pátria” - declarou Hanna no último congresso realizado no Japão mais exatamente na cidade de Osaka onde fica uma das fábricas da Design Motors.
Hanna logo descobriria que Gustavo dissera a Robson sobre ela ser uma espiã. Hanna não poderia passar nervoso por causa do sexto mês de gravidez, por isso Gustavo resolveu contar a ela o quanto antes.
— Hanna fiz uma besteira.
— Mais uma Gustavo! O que foi desta vez?
— Sabe aquele cara que encontrou o drone no jardim e veio devolve - lo?
— Sei, o Robson. O que tem ele? - Hanna cortou a fala de Gustavo abruptamente. Ela não estava gostando nada do que iria ouvir.
— Contei a ele que você é uma espiã.
Calmamente e pedindo a Buda mais paciência do que era de costume, Hanna disse:
— Sabe Gustavo, eu nunca pedi para que você guardasse segredo sobre o fato de eu ser uma espiã, mas isso é muito grave.
— E tem uma outra coisa que você não sabe. A avó dele também é uma espiã. Achei que você gostasse de saber.
— Assim como mamãe?! – achando a conversa no mínimo  estranha.
— Sim, como nossa mãe. E só acreditei na história da nossa mãe ser uma espiã quando me mostrou o desenho do escorpião atrás da orelha dela. E ela que escondeu o desenho do escorpião atrás da orelha até que crescêssemos para nos contar.
— E você? Chegou a ver o meu escorpião? Olha aqui - disse Hanna puxando o cabelo para trás apontando para o desenho do escorpião atrás da orelha.

— E eu que nem pedi para ser uma espiã.
— Eu lembro, você ficou assustada. Foi bem naquela época que você descobriu que seu pai verdadeiro morava na Turquia. E ainda mora não é? E que o me pai não é o seu pai como você pensava e que somos apenas, meio irmãos!
— Você é meu único irmão Gustavo e isso me basta. Mas deixe - me pensar. Você está sabendo de muuuinto sobre a brigada. Portanto você vai fazer o seguinte para mim.
Hanna incumbiu Gustavo de fazer uma visita à avó de Robson. Gustavo inventaria uma desculpa para visita - la, só para saber que a “senhora que faz o chá indígena” é realmente uma espiã. Como?! Vendo o desenho do escorpião atrás da orelha dela com os próprios olhos.
— Vai lá e veja se o desenho é realmente o de um escorpião.
— Como se eu fosse um espião trabalhando para você.
— Isso mesmo Gustavo. Como se você fosse um espião. Esta será sua primeira missão, ok?
Hanna não iria deixar barato, o fato de Gustavo ter - lhe contado que havia dito ao amigo Robson que ela é uma espiã.
— “Gustavo terá que aprender muuuinto” - comentou Hanna em voz alta, logo que Gustavo saiu do escritório.
Em seguida, tocou o telefone e Hanna atendeu:
— Diga mamãe. Ok! Irei sim, contar as novidades.
Hanna soubera que a avó de Robson realmente é uma espiã.  Gustavo viu com seus próprios olhos e ainda, comentou que o desenho atrás da orelha dela é igual ao da mãe.

O sumiço de Gustavo
Gustavo não tinha dado as caras havia semanas. Agitada e desassossegada, Hanna foi ao apartamento de Gustavo.
— E então irmão, descobriu algo?
— Perguntei ao Robson se ele já tinha visto alguma vez o desenho de um escorpião atrás da orelha da avó dele.
— Mas Gustavo, era pra você ver e não perguntar se... tsc.
— Espera Hanna, ela mesma me mostrou. Robson convidou - me para tomar o chá indígena da avó dele. Hanna, você nem imagina como aquele chá é forte. E o gosto então? Argh. É muito ruim...
— Hã hã... Então dona Isabel é uma espiã de verdade.
— Era, quer dizer, foi. Como mamãe, que se aposentou.
— Que ideia Gustavo. Vejo que você não conhece nada sobre os escorpiões. Mamãe não é uma espiã aposentada. Escorpiões não se aposentam. São e sempre serão espiões por toda a eternidade.
— Não exagera vai Hanna.
— É sim Gustavo. É isso que fazemos para o resto de nossas vidas. Falando nisso, eu tenho um convite para fazer e espero que aceite, porque vai ser bom para você.
— O que você quer Hanna? Você sabe que eu tenho a faculdade para terminar ainda este ano.
— Você irá ao próximo congresso da Brigada de Segurança dos Escorpiões.
— Por mim tudo bem - disse Gustavo dando de ombros.
— Desta vez será aqui no Brasil.
Na verdade Hanna estava intimando Gustavo a comparecer neste congresso. Ele aprenderia sobre o trabalho que a Brigada de Segurança faz pela Design Motors, para as famílias dos funcionários e por muitas comunidades existentes no Brasil e no exterior.

O destino de Gustavo
Gustavo não sabia que o seu destin encontrava - se nas mãos da irmã. A ideia era que Gustavo pudesse entrar para brigada, ao mesmo tempo em que assumiria o cargo como gestor de riscos em tecnologia da informação, cargo de muita responsabilidade dentro da organização, onde envolveria a alta direção e a participação da brigada.

A gravidez de Hanna
A barriga de Hanna crescia a cada dia.  Aos 39 anos de idade Hanna estava em situação complicada, com uma gravidez nada tranquila, portanto solicitava cada vez mais, a presença da mãe.
— Mamãe, essas aulas na academia estão me matando.
— Hanna, você precisa de repouso como o médico recomendou.
— Vou pedir licença - maternidade. Na verdade eu vim para contar as novidades.
— Se é sobre dona Isabel, Gustavo me contou tudo.
— Não é sempre que a gente encontra um espião, ou melhor, uma espiã que viveu entre os índios durante anos. E Gustavo, também contou sobre o congresso que acontecerá esta semana?
— Contou mas eu já sabia. Eu sempre recebo e-mails sobre esses congressos.
— O futuro do Gustavo está na fábrica e ele vai a este congresso quer ele queira ou não.
Cara, você não conhece seu irmão. Ele não aceita as coisas assim tão facilmente e ele não gosta que se metam na vida dele.
— Ah tá, mas ele pode se meter na minha e na da brigada também. Ele sabe de muita coisa e isso requer disciplina.
— Não é bem assim...
— Como não?! Gustavo é inteligente, apenas... um pouco desajeitado.
— E pensar que essa tal Isabel é uma espiã.
— A senhora sabia que ela precisou se submeter a vários meses de treinamento para tornar – se uma líder comunitária e se infiltrar na comunidade indígena a fim de descobrir sobre os alimentos doados pela Design Motors que estavam sendo desviados a caminho da aldeia? Tudo porque uma quadrilha roubava a mercadoria à beira da estrada para vender na cidade - imagina - para os próprios índios que lá iam em busca de alimentos. Um absurdo!
 — Acho que um dia desses, vou tomar chá com dona Isabel. Inclusive ando com uma dor de estômago.
— Está decidido. Gustavo será o futuro espião da brigada.
— Hanna, Gustavo seu irmão um espião? Imagina. 



 Gustavo o espião


Gustavo e a brigada




Operação Amazônia


Preparado para a nova historinha?
Leia NINJA.



segunda-feira, 10 de abril de 2017

Relógio de corda

Domingo pela manhã resolvi dar uma caminhada pelo bairro e passar no supermercado para comprar uma mistura para o almoço. A gente sabe que dentro de um supermercado, as horas voam. Eu estava sem relógio e perdi a noção do tempo.
A verdade é que as pessoas não usam mais relógios hoje em dia. Você anda pela rua querendo saber das horas, buscando alguém que esteja usando um relógio, e não aparece ninguém. Chego a sentir ansiedade até que surge bem na hora, alguém usando um relógio de pulso.
Por sorte, na saída do supermercado vinha em minha direção, um casal muito simpático, afinal ambos usavam relógios e eu queria saber das horas.  
Ele ostentava um relógio digital e ela usava um relógio todo em dourado, possivelmente de ouro.
Perguntei para a moça, as horas.
Retirando o celular de um dos bolsos da calça jeans, logo respondeu:
 ̶  São onze e vinte.
Surpreso com o gesto dela, não me contive e falei:
 ̶  Você tem um lindo relógio e achei que você fosse me dar as horas pelo relógio e não pelas horas do celular.
Ela ficou tão sem graça... e surpresa também.
Então demos risadas, foi quando comecei a contar sobre o relógio do meu avô Jarbas.
 ̶  Clóvis, está na hora - ele dizia para mim.
Era a hora de dar corda no relógio.   
Puxando o longo bigode, vovô discursava diante daquele relógio e só parava de falar quando vó Lola gritava da cozinha para que fôssemos almoçar.
E era assim todas as vezes que eu chegava da escola. Passava as tardes na casa dos meus avós, até que meus pais viessem me buscar quase ao anoitecer.
Meus pais trabalhavam na pequena padaria que foi do meu avô que agora aposentado, deixou de herança para a família.
Fui crescendo dentro daquela padaria ajudando meus pais e meus pais colaborando com meus estudos na faculdade. Entrei em medicina tornando – me, um médico com especialização em cardiologia.
Meu pai veio a faleceu e nesta época eu estava com trinta e sete anos de idade e havia formado uma linda família. Até hoje sinto remorso por não ter acudido meu pai a tempo. Eu sendo um médico cardiologista, nada puder fazer. A vida como ela é, costumava dizer uma velha tia.
Na sala de jantar, vovô Jarbas experimentava o pedaço de papel que havia acabado de colar no fundo da caixa do relógio. Deveria ficar bem colado para que não se soltasse.
Eu tive em certa ocasião uma vontade enorme de saber o que era aquilo, mas acontece que vovô nem deixava que eu chegasse perto do relógio quanto mais pega – lo na mão.
Após a morte de meu pai, minha mãe vendeu a padaria, deixei o apartamento onde morávamos e fomos morar todos juntos na casa de meus avós. Éramos eu, minha esposa e meus dois filhos Leno e Dina, minha mãe e meus avós, todos morando naquele casarão só para cuidar do vô Jarbas, que adoeceu e veio a falecer em seguida, ficando mamãe para cuidar da vó Lola.
Como cardiologista, comparei o relógio a um coração. No relógio você dá corda para funcionar e no coração a corda, é viver momentos felizes, cheios de emoção. E assim vivíamos felizes naquela casa, tendo o relógio como testemunha.
Vó Lola faleceu e mamãe mesmo cansada, resolveu largar tudo, para viajar pelo mundo afora.
Assim começou a briga para ver com quem ficaria a casa. Saí de fininho.
Voltei a morar no antigo apartamento, que ainda bem, não o desfiz.
A casa continuou fechada por mais de cinco anos, e sem que ninguém tivesse tempo para cuidar dela, deteriorava - se com cupins e umidade nas paredes, dentro e fora da casa.
Após uma cirurgia, saí do hospital decidido a passar pela casa para recordar os velhos tempos em que fui feliz morando lá.
As chaves do portão e da porta nunca saíram do molho de chaves que eu sempre carrego comigo. A casa cheirava a mofo e assim que eu entrei na sala lá estava ele, o relógio de corda do meu avô. Meu coração disparou ao vê – lo. Era chegada a vez de eu mexer no relógio. Na hora me senti como uma criança quando recebe um brinquedo. Era preciso dar a corda para que o relógio voltasse a funcionar.
 ̶  Clóvis, está na hora – disse a mim mesmo.
Abri com cuidado a pequena portinha de vidro que guardava as horas - como dizia vovô - e a chave para dar a corda parecia nunca ter saído do lugar.
Então eu vi que o papel colado no fundo da caixa do relógio, tratava-se de um cartão de visita com um nome e endereço de um escritório de advocacia. Tirando o cartão dali com cuidado para não rasgar, pude ver melhor.
           Saindo às pressas, coloquei o relógio no lugar esquecendo-me de dar corda nele. A caminho de casa, liguei do celular para o tal número.
No dia seguinte estava em Avaré. O filho do Dr. Rafael Bastos me aguardava. Relembrando as histórias do pai dele, vividas com meu falecido avô, fomos interrompidos com a presença da secretária carregando uma pasta com uma porção de documentos. Havia ali um testamento redigido de próprio punho pelo meu avô, que descrevia uma casa situada à Rua das Rosas na Vila Mariana. Era a casa dos meus falecidos avós. Lendo o documento disse – me o advogado, que a casa foi deixada como herança para Clóvis Junqueira.
De volta a São Paulo, esclareci aos pretenciosos herdeiros, que aquela casa, havia sido deixada para mim.
 ̶  A casa, olha só, acabei vendendo e o relógio de corda ficou como relíquia, e quer saber? Funciona até hoje. O papo está bom, mas preciso ir.
Obrigada por ouvirem esta história que me trouxe boas recordações.
 ̶  Mas afinal, que horas são?
A moça olhando no relógio dourado, respondeu:
 ̶  São vinte para meio – dia.

terça-feira, 28 de março de 2017

Ser digital


Nas historinhas Contos que conto, você encontra
ilustrações feitas digitalmente com programas diversos
como illustrator, gimp, paint entre outros.

sábado, 11 de março de 2017