segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Fantasma de geladeira


- Cruz credo! – gritei. 
Deixa minha mãe em paz.
----------------------------------------------------------
Esmeralda empregada de mamãe durante anos era o nosso braço direito lá em casa, mas tinha uma mania da qual ninguém aprovava: ela assaltava a geladeira.
Meu irmão abria a geladeira para pegar o energético e tomar geladinho e não o encontrava. Quando ia ver, Esmeralda estava tomando sossegadamente na lavanderia.
Muitas vezes eu mesma ia para pegar o iogurte e, cadê; até que minha mãe pediu para que ela pedisse as coisas, que minha mãe daria a ela.
Foi muito desagradável ver a briga entre as duas, até que Esmeralda foi embora deixando todos de casa literalmente na mão.
- Como Esmeralda faz falta, não é mamãe? – disse à mamãe numa certa manhã, lavando a louça do café. Mamãe começou a chorar.
- É... Esmeralda faz falta mesmo.
E minha mãe se pôs a rir e chorar ao mesmo tempo.
- O que é que foi? Não entendi!
Ela me disse que Esmeralda sofreu um acidente de carro, ficou no hospital por muitos dias, não resistiu e veio a falecer. Quem nos contou, foi o senhor Antônio o porteiro do prédio. Lamentamos muito, a triste notícia.
Passado uns dias, levantei da cama com minha mãe aos gritos na cozinha ao ver Esmeralda do lado da geladeira.
- Cruz credo! – gritei. Deixa minha mãe em paz.
Contamos ao papai o que aconteceu e ele disse que no fim de semana iríamos comprar uma geladeira nova.
Assim, com a geladeira nova, esmeralda nunca mais veio assaltar a nossa geladeira. A velha geladeira, o porteiro veio retirar no seguinte para entregar ao ferro velho.
Ufa, que susto!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A princesa é uma sapa


Como em todos os contos de príncipes e princesas, essa historinha começo contando com: 
Era uma vez...”.
Era uma vez uma linda menininha que foi crescendo e crescendo até se dar conta de que era uma sapa. Sua mãe nunca contara a verdadeira história, porque toda às vezes encontrava a filha diante do espelho toda feliz, passando o batom gloss de cor vermelha, colocando a coroa de princesa feita de pedrinhas brilhantes e dizendo:
- Mamãe, quando crescer, eu quero ser uma princesa.
De fato, Madaleine como era chamada, tornou – se uma princesa. Foi num desses concursos de beleza que corria no interior de Juazeiro do Norte onde morava. Isso mesmo! Esta historinha acontece aqui mesmo no Brasil, sem grandes pompas de histórias de reis e rainhas da Europa.
Madaleine ganhou o concurso pelos lindos olhos grandes e boca carnuda, que atraía todos os rapazes da cidade.
Depois que descobriu ser uma sapa, numa manhã, onde sua pele de cor verde reluziu com o bater do sol refletido no espelho, dando um grito de horror, fazendo com que sua mãe saísse do tanque onde lavava roupa, até chegar ao quarto com o sabão escorrendo pelas mãos, perguntou:
- Filha, o que esta acontecendo?
- Mamãe, eu sou uma sapa?
Sofia sua mãe, sentou – se á beira da cama e explicou:
Quando eu e seu pai no conhecemos, vivemos uma história de amor como daquelas de príncipe e princesa em contos de fadas. Só que havia uma bruxa muito má, vinda do Sul da Itália, a mãe dele, sua avó, que morria de ciúmes do filho, que ela dizia ser um príncipe. Para tentar nos separar, lançou uma maldição de que se um filho meu, nascesse desse amor, nasceria com cara de sapo.”
Madaleine não acreditou o que ouviu da boca da mãe, mas foi assim que tudo aconteceu. Nasceu uma menina com cara de sapa. Não contara à filha, pois achava que ela nunca descobriria ser o que ela era: uma sapa.
Assim, inconformada, Madaleine passou a beijar, muitos e muitos rapazes, achando que fosse se transformar em uma linda mulher, pois princesa ela já era, se é que se lembram do concurso.
Sua mãe disse que ela estava fazendo tudo errado. Que não adiantava beijar tudo quanto era rapaz. Que ela teria que encontrar o verdadeiro amor dentro do seu coração, a alma gêmea, a metade da laranja e assim por diante.
Madaleine seguiu o conselho da mãe. Numa tarde, quando foi se refrescar, encontrou um rapaz à beira do rio, que ao mergulhar, deu um salto dentro da água, que comentou com Sofia, sua mãe:
- Mamãe, ele saltou dentro da água, parecendo um sapo.
Logo começaram uma amizade. Encontraram – se muitas vezes na beira do rio. Apaixonaram – se, beijaram – se e Madeleine virou uma mulher bonita e feliz.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Jonatan e uma nova civilização


Que calor, era a única expressão que se dizia por toda cidade de São Paulo. A temperatura passava dos 37 graus C. O queijo branco se derretia sobre a mesa do café, e a manteiga, se transformava em liquido viscoso. Pessoas voltavam de viagem achando que suas geladeiras haviam pifado. O ar condicionado não dava mais conta, e o ventilador passava a ser um produto obsoleto. Só restava deitar no chão da cozinha, do banheiro ou qualquer lugar onde houvesse um piso frio. Você já experimentou essa sensação de deitar – se no chão em busca de um frescor?
Era assim que Jonatan vivia o tempo todo: perto do chão. Fizesse calor ou frio, o menino de rua desde os dez anos de idade, vivia em lugares úmidos, frescos. A rua era a sua casa e agora com quinze anos, não voltara para casa - se é que um dia - tivera uma casa para morar. Conhecia cada lugar da cidade. Chegou a morar dentro de um túmulo de cemitério.
Quando chovia, a enxurrada levava tudo que vinha pela frente. São Paulo deixou de ser a terra da garoa há muito tempo. E foi numa destas enxurradas, que Jonatan foi levado para dentro de um buraco, perto de uma reserva estadual, justamente quando foi conhecer com seus amigos, a Mata Atlântica, numa aventura descabida.
Vivo! - pensou Jonatan, apesar de todo sujo de barro é como ele se sentia quando chegou ao fundo deste buraco. Parece que tinha dormido durante dias. Quase ficou soterrado de tanta lama. Deu conta de que toda aquela água e lixo ficaram para trás.
Ao despertar desse pesadelo, não acreditou no que seus olhos viram: cachoeira, animais, floresta e peixes que pulavam de um lago, como se estivessem dizendo: me coma.
Fome! - pensou. Estava se sentindo fraco.
Limpou – se naquela água cristalina. Ouviu passos vindos por detrás dele. Virou – se e assustou – se com o tamanho do homem.
Era um índio. Acanhou - se e disse um: - Oi! O homem estava pelado como Deus o fizera. Nunca viu um índio a não ser em livros de história quando Tia Soraia contava na comunidade. Ele se lembrava de um chamado Ubirajara.
O que faremos? – disse o índio – que soou aos ouvidos de Jonatan como um: tererê, xereré.
Ouviu outra voz que vinha do pé do índio. Assim que viu o homenzinho da cor azul do céu tão pequeno se assustou e tentou fugir, mas o índio agilmente conseguiu segura – lo.
Mais estranho que a linguagem do índio, era aquilo que o homenzinho dizia:(traduzindo) - Assim como os outros, o levaremos à presença do raio de luz e ensinaremos a nossa doutrina. Explicaremos que se o planeta Terra continuar sendo tratado de forma descuidada, o ser humano e os animais desapareceram. Que o HOMEM e a NATUREZA devem seguir os ensinamentos de DEUS, pois só para lembrar, foi ele quem criou o MUNDO e deu VIDA ao homem; e os planetas TERRA, SOL e LUA voltem a se alinhar, ficando o UNIVERSO, em perfeita harmonia.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Fazenda do porco virado

 
Um porco de presente

Versos cantados
Assim que eu cheguei à fazenda
Buzinei e a porteira se abriu
Pedi benção para o meu padrinho
E logo perguntei do porquinho

Meu padrinho todo se enrolou
Disse que o porco engordou
Convidou pra eu tomar um café
E também um pedaço de bolo

O padrinho não me respondeu
E fui procurando o meu porco
Disse que como o porco cresceu
Ele assou e que ‘tava’ gostoso

Entrei na minha caminhonete
E o rádio então eu liguei
Chateado fui embora pra casa
Fui ouvindo a viola do rei