- Cruz credo! –
gritei.
Deixa minha mãe em paz.
Deixa minha mãe em paz.
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Esmeralda empregada de
mamãe durante anos era o nosso braço direito lá em casa, mas tinha
uma mania da qual ninguém aprovava: ela assaltava a geladeira.
Meu irmão abria a
geladeira para pegar o energético e tomar geladinho e não o
encontrava. Quando ia ver, Esmeralda estava tomando sossegadamente na
lavanderia.
Muitas vezes eu mesma
ia para pegar o iogurte e, cadê; até que minha mãe pediu para que
ela pedisse as coisas, que minha mãe daria a ela.
Foi muito desagradável
ver a briga entre as duas, até que Esmeralda foi embora deixando
todos de casa literalmente na mão.
- Como Esmeralda faz
falta, não é mamãe? – disse à mamãe numa certa manhã, lavando
a louça do café. Mamãe começou a chorar.
- É... Esmeralda faz
falta mesmo.
E minha mãe se pôs a
rir e chorar ao mesmo tempo.
- O que é que foi? Não
entendi!
Ela me disse que
Esmeralda sofreu um acidente de carro, ficou no hospital por muitos
dias, não resistiu e veio a falecer. Quem nos contou, foi o senhor
Antônio o porteiro do prédio. Lamentamos muito, a triste notícia.
Passado uns dias,
levantei da cama com minha mãe aos gritos na cozinha ao ver
Esmeralda do lado da geladeira.
- Cruz credo! –
gritei. Deixa minha mãe em paz.
Contamos ao papai o que
aconteceu e ele disse que no fim de semana iríamos comprar uma
geladeira nova.
Assim, com a geladeira
nova, esmeralda nunca mais veio assaltar a nossa geladeira. A velha
geladeira, o porteiro veio retirar no seguinte para entregar ao ferro
velho.
Ufa, que susto!