Marquei uma excursão
destas de ir e voltar no mesmo dia, perto mesmo de São Paulo, em São
Roque. Adoro estas viagens de fim de semana porque o que me atraí
são as feiras de artesanato onde tem de tudo: panos de prato
pintados, trabalhos de crochê e tricô, quadros pintados a óleo e
trabalhos feitos de madeira. Entramos em uma loja muito conhecida, a
loja da Dona Matilde. Naquele dia, ela distribuía souvenires aos
excursionistas. Pediu para que escolhêssemos um souvenir por conta
da loja, só que teríamos que fazer um cadastro. Logo começou a
correria dentro da loja. Agarrei um pote decorado no mesmo instante
que um rapaz agarrou também. Olhei para ele, mas não o reconheci
como sendo da excursão. Puxei minha mão por baixo da dele e dei as
costas, chateada por não levar o pote de lembrança. Também não
iria brigar com ele por causa disso.
De volta para casa,
dois dias se passaram, quando tocou a campainha. Era a entrega dos
Correios.
- Não encomendei nada?
– disse ao entregador.
Quando olhei o
remetente, estava escrito:
Para: Srta. Amanda de
Souza
De: Ricardo Godói
De fato era para mim.
Abri a caixa e encontrei o pote que tanto queria ter trazido de
lembrança da viagem a São Roque.
Vi o telefone da loja
da Dona Matilde etiquetada. Liguei, e a atendente explicou que o
senhor Ricardo comprou o pote, pois percebeu que eu fiquei chateada
de não levar o pote, o único da loja. Mediante o cadastro, pediu
que o enviasse. Pedi o telefone do Ricardo para agradecer a
gentileza. Liguei e marcamos um encontro e assim outros surgiram.
Começamos a namorar. Logo, pretendemos nos casar, e eu realmente
diria:
- Este é o pote do
amor.