segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Cigarro, não obrigado.


"Acordei com um par de asas em minhas costas.”
Saí da faculdade e uma turminha se formava à porta. Era sexta – feira e costumávamos ir a um barzinho, ali perto.
Bebida e cigarro eram o que mais rolava entre a gente, mas sempre neguei o cigarro. Beber não podia porque os remédios para pressão alta não deixavam.
Meu pai, cardiologista, pegou uma vez minha irmã fumando no quarto e o sermão de duas horas me fez ver que eu não tinha saco para isso; então fumar nem pensar.
Fui a óbito por causa de uma doença, não do pulmão, mas do coração, mas até aí, tanto faz. Acordei com um par de asas em minhas costas. Eram branquinhas e me sentia leve. Eu voava como Ícaro*.
Perguntei ao anjo que passava:
- Porque aqueles com asas cinzentas não voam?
- Por que estão cheios de nicotina em seus pulmões, e levarão anos para voar.
(*) Na mitologia grega, Ícaro (em grego, ἼκαροςÍkaros — em latim, Íkaros e em etrusco, Vicare) era o filho de Dédalo e é comumente conhecido pela sua tentativa de deixar Creta voando – tentativa frustrada em uma queda que culminou na sua morte. Fonte de pesquisa: Google/ Wikipédia.

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