Ricardo não me deixava
andar em seu triciclo vermelho e branco. Quando chegava perto, ele me
empurrava e até me chutava.
Quando ele ganhou o
peão me deixou que eu brincasse apenas uma vez.
Às vezes brincávamos
juntos, pois as bolinhas de gude tanto minhas quanto as dele, nos
unia.
Assim que ganhou seu
brinquedinho de apaches e soldados, as brigas já não eram tantas,
somente entre apaches e soldados.
Logo, Ricardo ganhou
seu vídeo game. Raro era irmos à escola juntos, depois que a mãe
de Ricardo contratou uma perua escolar. Ele entrou também no colégio
particular e isso nos afastou.
Frequentei o curso
noturno e me formei no colegial.
Soube que Ricardo joga
vídeo game até hoje, não trabalha e anda de ônibus.
Trabalhando em meu
primeiro emprego, dei entrada no meu carro e estou cursando a
faculdade.
Como essa vida é
engraçada. Meu amigo Ricardo, não me deixava andar no seu triciclo.
Hoje, eu ando de carrão.
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