terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Miseravelmente Felizes


Toquei a campainha, Adriano irmão de Berenice abriu a porta gentilmente naquela tarde. Do corredor dava para ouvir a sonata que eu tanto gostava: “Sonata ao Luar” de Beethoven.
A mesa do chá estava servida. Berenice assentiu com a cabeça para que eu sentasse. Ela dedilhava a música com desenvoltura, mostrando os anos de dedicação e estudos ao piano.
Nada mudara desde a última vez que nos vimos. Talvez as paredes um pouco mais escuras e os móveis quase sem brilho dava certa sutileza de que o tempo passa.
Olhei para Adriano sentado à mesa a espera da irmã que acabava de tocar a sonata. Sorriu – me neste momento com um sorriso acanhado e amarelado do tempo.
Berenice assim que acabou de tocar, aplaudi gritando um sonoro bravo! Cada nota tocada me faz chorar, é sempre assim quando ouço “Sonata ao Luar”.
Por fim, estávamos felizes naquela tarde.
Nada mudou desde os últimos 10 anos. Éramos felizes: eu, Berenice e Adriano.

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