O escritório de
advocacia estava lotado de pessoas e a doutora não voltava do
consultório do dentista. Alguns clientes impacientes estavam indo
embora. Havia muitos casos para serem solucionados, como o caso do
senhor Sebastião, que vinha ao escritório acompanhado de sua mãe para resolver o
problema da marmita dele. Não sei se é para rir, mas esse caso é
um tanto pitoresco. Mãe e filho tinham vindo em outra ocasião, mas
como o caso não foi resolvido, retornaram.
- Como vai senhor
Sebastião? – recepcionei – os cordialmente.
Estava admirada com o
caso dele para um escritório de advocacia, mas muitos clientes
estavam ali para processar alguém ou alguma empresa, ou até mesmo
conseguir ganhar na justiça algum tipo de indenização por sentirem
– se lesados ou coisa que o valha.
Senhor Sebastião
estava ali para processar por danos moral e material, a empresa onde
trabalha.
Ocorre que toda a vez
que leva a marmita ao refeitório para ser esquentada no marmiteiro,
depois que volta para almoçar com a marmita esquentada, ao abri –
la, a encontra cheia de pedras, e um “engraçadinho” comeu
toda sua comida. E não é só isso: todos os seus colegas de
trabalho dão risada da cara dele.
- Ainda vou resolver
esse caso com ou sem a doutora.
Disse – me que iria
colocar veneno de rato na comida, e assim descobriria o culpado dando
por fim à brincadeira de mau gosto e colocando o “engraçadinho”, no seu devido
lugar: no cemitério.
- Não faça isso,
senhor Sebastião! – disse- lhe.
Então dei a ideia de
que ele colocasse na marmita por sobre a comida, um pouco de óleo de
rícino, e assim que o engraçadinho comesse da marmita, daria nele uma dor de
barriga, daquelas a ponto de ir parar no pronto socorro.
Senhor Sebastião
agradeceu a ideia e foi embora, saindo cabisbaixo do escritório,
porque a doutora não tinha voltado do dentista.
E não é que deu
certo! O senhor Sebastião voltou para dizer que o “cabra”
suava tanto e se contorcia de tanta dor, que precisaram chamar a ambulância para
levar o engraçadinho ao pronto socorro.
- Então eu perguntei
se era ele que toda vez comia da minha marmita. Ele se contorcendo de dor de barriga confessou que era ele que fazia a
brincadeira – disse – me o senhor Sebastião.
Bem, um caso a menos
para a doutora resolver, caso encerrado.
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