sábado, 18 de janeiro de 2014

Caso encerrado


O escritório de advocacia estava lotado de pessoas e a doutora não voltava do consultório do dentista. Alguns clientes impacientes estavam indo embora. Havia muitos casos para serem solucionados, como o caso do senhor Sebastião, que vinha ao escritório acompanhado de sua mãe para resolver o problema da marmita dele. Não sei se é para rir, mas esse caso é um tanto pitoresco. Mãe e filho tinham vindo em outra ocasião, mas como o caso não foi resolvido, retornaram.
- Como vai senhor Sebastião? – recepcionei – os cordialmente.
Estava admirada com o caso dele para um escritório de advocacia, mas muitos clientes estavam ali para processar alguém ou alguma empresa, ou até mesmo conseguir ganhar na justiça algum tipo de indenização por sentirem – se lesados ou coisa que o valha.
Senhor Sebastião estava ali para processar por danos moral e material, a empresa onde trabalha.
Ocorre que toda a vez que leva a marmita ao refeitório para ser esquentada no marmiteiro, depois que volta para almoçar com a marmita esquentada, ao abri – la, a encontra cheia de pedras, e um “engraçadinho” comeu toda sua comida. E não é só isso: todos os seus colegas de trabalho dão risada da cara dele.
- Ainda vou resolver esse caso com ou sem a doutora.
Disse – me que iria colocar veneno de rato na comida, e assim descobriria o culpado dando por fim à brincadeira de mau gosto e colocando o “engraçadinho”, no seu devido lugar: no cemitério.
- Não faça isso, senhor Sebastião! – disse- lhe.
Então dei a ideia de que ele colocasse na marmita por sobre a comida, um pouco de óleo de rícino, e assim que o engraçadinho comesse da marmita, daria nele uma dor de barriga, daquelas a ponto de ir parar no pronto socorro.
Senhor Sebastião agradeceu a ideia e foi embora, saindo cabisbaixo do escritório, porque a doutora não tinha voltado do dentista.
E não é que deu certo! O senhor Sebastião voltou para dizer que o “cabra” suava tanto e se contorcia de tanta dor,  que precisaram chamar a ambulância para levar o engraçadinho  ao pronto socorro.
- Então eu perguntei se era ele que toda vez comia  da minha marmita. Ele se contorcendo de dor de barriga confessou que era ele que fazia a brincadeira – disse – me o senhor Sebastião.
Bem, um caso a menos para a doutora resolver, caso encerrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário