terça-feira, 12 de novembro de 2013

Din Din o palhaço


Marcelinho neto do fazendeiro Antônio da Fazenda Passo Fundo, reuniu seus amiguinhos e decidiram montar um espantalho para colocar no meio do milharal. Diferente dos espantalhos que a gente conhece, decidiram montar o espantalho com folhas de papel de jornal. Ele e seus amiguinhos entraram no quarto do vô Antônio e pegaram a calça, o paletó, o cinto e a camisa dele e correram para o meio do milharal juntamente com o monte das folhas de papel de jornal e começaram a encher a roupa dando forma ao espantalho. Bateram uma estaca e amarraram - no com barbante. 

- E a cara dele? – disse Daniel. 

Marcelinho correu até a casa, entrou no quarto novamente e dentro da gaveta havia uma porção de fotos de parentes. Assim, “passou a mão” numa foto que achava que ficava bem como cara de espantalho e levou até o milharal. Com certeza seu avô ficaria muito bravo, pensou ele, mas a brincadeira é o que vale. 

Assim que o espantalho ficou pronto, apontavam para a cara dele e davam gargalhadas até rolarem no chão. Escutaram dona Conceição dizer de longe, que o bolo e o suco estavam na mesa, e puseram – se a correr, ficando longe dali.

O espantalho ficou sozinho no meio daquela imensidão do campo e da plantação de milho. Bateu um vento forte e ele começou a se mexer, mexer, parecia que ia se desmanchar, mas ao contrário do que se pensa, lutou bravamente contra o vento se sentindo forte e mais forte até perceber que estava andando. Refugiou – se debaixo de uma árvore, e quando foi ver já estava à beira da estrada, onde caminhões passavam a toda hora.

- Sai daí seu moleque, quer morrer atropelado – gritou um caminhoneiro.

Ao avistar uma luz, correu até lá. Era um lugar feito de cordas e estacas coberto com uma lona de cor listrada de vermelha e branca. Diferente das crianças que pulavam e gritavam o tempo todo na fazenda, as pessoas jogavam bolinhas para o alto, outras tentavam se equilibrar em fios de nylon, outras se dependuravam se jogando para lá e para cá.
De repente, o espantalho sentiu alguém agarrando seu braço, e perguntou a ele:

- O que você faz aqui?

O espantalho não sabia o que responder. O homem perguntou novamente:

- Você pagou a entrada? Onde esta o seu bilhete?

Novamente o espantalho não soube responder. Então o homem irritado disse: 

- Onde está o seu dinheiro? Sem din din, aqui você não pode ficar.

Mais do que depressa o espantalho se pôs a correr, ficando o circo para trás. Então ele teve uma ideia. Pensou:

- Como as crianças da fazenda davam gargalhadas da minha cara, porque não posso ser um palhaço?

No dia seguinte ele voltou ao circo e se apresentou:

- Meu nome é Din Din, sou palhaço e gostaria de uma oportunidade para trabalhar no seu circo.

O homem que havia agarrado ele pelo braço era o proprietário do circo e logo olhou torto para ele; parecia conhece – lo. Estava desconfiado, achando que já o tivera visto antes, rodopiando por ali. Mesmo assim, o homem, fazendo – se de sonso, resolveu dar – lhe uma chance no circo.
O espantalho apresentou – se junto com os outros palhaços e as crianças davam muitas risadas com o jeito e a cara dele. Hoje ele é a atração principal do circo.


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