Capítulo
1 – A gravata
Havia
uma gravata dependurada no guarda-roupa do meu pai. Seu estado era
velha e rasgada. Com o tempo despertou a curiosidade de perguntar
para meu pai por que nunca usou aquela gravata.
-
Porque essa gravata não é minha e sim do seu falecido avô –
disse. Então meu pai contou - me a seguinte história...
Capítulo
2 – O cordão da sorte
Meu
avô pegava o bonde no bairro onde morava para descer próximo ao
mercado municipal. Tinha que descer com o bonde andando, pois não
havia parada ali para descer. E descia sobre o trilho do bonde. Meu
avô não era tão supersticioso, mas carregava no bolso do paletó
um cordão que lhe dava sorte. O detalhe deste cordão é que quando
estivesse em seu poder, não poderia olhar para trás, de jeito
nenhum: “olhar sempre para frente, nunca para trás”, era esta a
superstição. E assim era a vida do vovô todos os dias, contou meu
pai.
Capítulo
3 – A sorte do vovô
Naquele
dia, vovô como de costume, viveu a rotina de pegar o bonde e descer
no mercado com o bonde andando. Imagine a sensação de descer com um
bonde em movimento, lógico que numa velocidade devagar quase
parando; parecia divertido.
Saiu
de casa às pressas naquele dia; sentiu que faltava algo. Pegou o
bonde e antes de descer sobre os trilhos, colocou a mão no bolso do
paletó e sentiu a falta do seu cordão da sorte.
Final
da história
Bem,
vovô podia ter olhado para trás naquele dia. Vinha vindo outro
bonde em direção contrária. Poderia ter olhado para trás e
salvado sua vida. Não olhou, achando que seu cordão estivesse no
bolso do seu paletó. Foi atropelado nos trilhos, próximo ao mercado
municipal. A gravata guardada de lembrança era velha sim, mas não
estava rasgada. Era a marca do trilho do bonde.
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