segunda-feira, 15 de julho de 2013

A gravata do meu avô


Capítulo 1 – A gravata
Havia uma gravata dependurada no guarda-roupa do meu pai. Seu estado era velha e rasgada. Com o tempo despertou a curiosidade de perguntar para meu pai por que nunca usou aquela gravata.
- Porque essa gravata não é minha e sim do seu falecido avô – disse. Então meu pai contou - me a seguinte história...
Capítulo 2 – O cordão da sorte
Meu avô pegava o bonde no bairro onde morava para descer próximo ao mercado municipal. Tinha que descer com o bonde andando, pois não havia parada ali para descer. E descia sobre o trilho do bonde. Meu avô não era tão supersticioso, mas carregava no bolso do paletó um cordão que lhe dava sorte. O detalhe deste cordão é que quando estivesse em seu poder, não poderia olhar para trás, de jeito nenhum: “olhar sempre para frente, nunca para trás”, era esta a superstição. E assim era a vida do vovô todos os dias, contou meu pai.
Capítulo 3 – A sorte do vovô
Naquele dia, vovô como de costume, viveu a rotina de pegar o bonde e descer no mercado com o bonde andando. Imagine a sensação de descer com um bonde em movimento, lógico que numa velocidade devagar quase parando; parecia divertido.
Saiu de casa às pressas naquele dia; sentiu que faltava algo. Pegou o bonde e antes de descer sobre os trilhos, colocou a mão no bolso do paletó e sentiu a falta do seu cordão da sorte.
Final da história
Bem, vovô podia ter olhado para trás naquele dia. Vinha vindo outro bonde em direção contrária. Poderia ter olhado para trás e salvado sua vida. Não olhou, achando que seu cordão estivesse no bolso do seu paletó. Foi atropelado nos trilhos, próximo ao mercado municipal. A gravata guardada de lembrança era velha sim, mas não estava rasgada. Era a marca do trilho do bonde.

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