sábado, 8 de fevereiro de 2014

Jonatan e uma nova civilização


Que calor, era a única expressão que se dizia por toda cidade de São Paulo. A temperatura passava dos 37 graus C. O queijo branco se derretia sobre a mesa do café, e a manteiga, se transformava em liquido viscoso. Pessoas voltavam de viagem achando que suas geladeiras haviam pifado. O ar condicionado não dava mais conta, e o ventilador passava a ser um produto obsoleto. Só restava deitar no chão da cozinha, do banheiro ou qualquer lugar onde houvesse um piso frio. Você já experimentou essa sensação de deitar – se no chão em busca de um frescor?
Era assim que Jonatan vivia o tempo todo: perto do chão. Fizesse calor ou frio, o menino de rua desde os dez anos de idade, vivia em lugares úmidos, frescos. A rua era a sua casa e agora com quinze anos, não voltara para casa - se é que um dia - tivera uma casa para morar. Conhecia cada lugar da cidade. Chegou a morar dentro de um túmulo de cemitério.
Quando chovia, a enxurrada levava tudo que vinha pela frente. São Paulo deixou de ser a terra da garoa há muito tempo. E foi numa destas enxurradas, que Jonatan foi levado para dentro de um buraco, perto de uma reserva estadual, justamente quando foi conhecer com seus amigos, a Mata Atlântica, numa aventura descabida.
Vivo! - pensou Jonatan, apesar de todo sujo de barro é como ele se sentia quando chegou ao fundo deste buraco. Parece que tinha dormido durante dias. Quase ficou soterrado de tanta lama. Deu conta de que toda aquela água e lixo ficaram para trás.
Ao despertar desse pesadelo, não acreditou no que seus olhos viram: cachoeira, animais, floresta e peixes que pulavam de um lago, como se estivessem dizendo: me coma.
Fome! - pensou. Estava se sentindo fraco.
Limpou – se naquela água cristalina. Ouviu passos vindos por detrás dele. Virou – se e assustou – se com o tamanho do homem.
Era um índio. Acanhou - se e disse um: - Oi! O homem estava pelado como Deus o fizera. Nunca viu um índio a não ser em livros de história quando Tia Soraia contava na comunidade. Ele se lembrava de um chamado Ubirajara.
O que faremos? – disse o índio – que soou aos ouvidos de Jonatan como um: tererê, xereré.
Ouviu outra voz que vinha do pé do índio. Assim que viu o homenzinho da cor azul do céu tão pequeno se assustou e tentou fugir, mas o índio agilmente conseguiu segura – lo.
Mais estranho que a linguagem do índio, era aquilo que o homenzinho dizia:(traduzindo) - Assim como os outros, o levaremos à presença do raio de luz e ensinaremos a nossa doutrina. Explicaremos que se o planeta Terra continuar sendo tratado de forma descuidada, o ser humano e os animais desapareceram. Que o HOMEM e a NATUREZA devem seguir os ensinamentos de DEUS, pois só para lembrar, foi ele quem criou o MUNDO e deu VIDA ao homem; e os planetas TERRA, SOL e LUA voltem a se alinhar, ficando o UNIVERSO, em perfeita harmonia.

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