Que
calor, era a única expressão que se dizia por toda
cidade de São Paulo. A temperatura passava dos 37 graus C. O queijo
branco se derretia sobre a mesa do café, e a manteiga, se
transformava em liquido viscoso. Pessoas voltavam de viagem achando
que suas geladeiras haviam pifado. O ar condicionado não dava mais
conta, e o ventilador passava a ser um produto obsoleto. Só restava
deitar no chão da cozinha, do banheiro ou qualquer lugar onde
houvesse um piso frio. Você já experimentou essa sensação de
deitar – se no chão em busca de um frescor?
Era
assim que Jonatan vivia o
tempo todo: perto do chão. Fizesse calor ou frio, o menino de rua
desde os dez anos de idade, vivia em lugares úmidos, frescos. A rua
era a sua casa e agora com quinze anos, não voltara para casa - se é
que um dia - tivera uma casa para morar. Conhecia cada lugar da
cidade. Chegou a morar dentro de um túmulo de cemitério.
Quando chovia, a enxurrada levava tudo que vinha pela frente. São Paulo deixou de ser a terra da garoa há muito tempo. E foi numa destas enxurradas, que Jonatan foi levado para dentro de um buraco, perto de uma reserva estadual, justamente quando foi conhecer com seus amigos, a Mata Atlântica, numa aventura descabida.
Vivo!
- pensou Jonatan, apesar de todo sujo de barro é como ele se sentia
quando chegou ao fundo deste buraco. Parece que tinha dormido durante
dias. Quase ficou soterrado de tanta lama. Deu conta de que toda
aquela água e lixo ficaram para trás.
Ao despertar desse
pesadelo, não acreditou no que seus olhos viram: cachoeira, animais,
floresta e peixes que pulavam de um lago, como se estivessem dizendo:
me coma.
Limpou – se naquela
água cristalina. Ouviu passos vindos por detrás dele. Virou – se
e assustou – se com o tamanho do homem.
Era um índio. Acanhou
- se e disse um: - Oi! O homem estava pelado como Deus o fizera.
Nunca viu um índio a não ser em livros de história quando Tia
Soraia contava na comunidade. Ele se lembrava de um chamado
Ubirajara.
O que faremos? –
disse o índio – que soou aos ouvidos de Jonatan como um: tererê,
xereré.
Ouviu outra voz que
vinha do pé do índio. Assim que viu o homenzinho da cor azul do céu
tão pequeno se assustou e tentou fugir, mas o índio agilmente
conseguiu segura – lo.
Mais
estranho que a linguagem do índio, era aquilo que o
homenzinho dizia:(traduzindo) - Assim como os outros,
o levaremos à presença do raio de luz e ensinaremos a nossa
doutrina. Explicaremos que se o planeta Terra continuar sendo tratado
de forma descuidada, o ser humano e os animais desapareceram. Que o
HOMEM e a NATUREZA devem seguir os ensinamentos de DEUS, pois só
para lembrar, foi ele quem criou o MUNDO e deu VIDA ao homem; e os
planetas TERRA, SOL e LUA voltem a se alinhar, ficando o UNIVERSO, em
perfeita harmonia.
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