Era mais um dia de aula
onde estudávamos sobre a história da mitologia grega quando Fabiana
virou - se e me disse que havia uma ”coisa” grudada no meu nariz.
Achei que fosse brincadeira e não me importei, pois prestava atenção
na aula.
- E é vermelha – ela
me disse.
Quando cheguei à minha
casa, minha mãe disse a mesma coisa:
- Filha, que “coisa”
é essa no seu nariz?
Joguei a mochila sobre
a cama e fui ao banheiro me olhar no espelho. Tinha aspecto de uma
bola, grande e feia: era a minha primeira espinha.
- Bem na ponta do
nariz! – e me pus a chorar porque meu nariz estava inchado e
vermelho. Logo começou a doer. Apareceram muitas outras espinhas no
meu rosto. Ficava com vergonha de ir à escola. Meus amigos ririam da
minha cara.
Mamãe havia dito que
era por causa da puberdade, uma coisa normal, mas tinhamos que
tratar. Levou – me à dermatologista, médica que cuida da pele da
mamãe. Chegamos ao consultório e nunca tinha ido a uma consulta na
dermato.
Doutora Marília me
disse para que eu evitasse o chocolate:
- Mas eu adoro
chocolate!
Que eu também evitasse
comer salgadinhos, frituras.
- Mas eu adoro as
coxinhas da cantina da escola...
E que eu tomasse muita
água e evitasse pegar o sol forte do meio – dia.
- Oh, não! Isso é
castigo dos deuses – falei.
- Angélica, até você
ficar melhor. Faça o tratamento: lave bem o rosto com sabonete, use
a loção de limpeza e passe o protetor solar, tá tudo escrito nesta
receita médica. E o mais importante: não esprema as espinhas para
não infeccionar e deixar marcas na pele – disse – me a doutora.
Saí do consultório
disposta a fazer o tratamento direitinho. E valeu a pena.
Hoje minhas
colegas de escola tem inveja da minha pele, assim como a deusa Hera
que tinha inveja da beleza de Afrodite, uma das deusas mais belas da
mitologia grega.
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