Meu
pai tinha muitas fazendas no interior de Goiás, e com a queda da
bolsa de valores, perdeu todos seus bens. Assim como muitos, outros
se suicidaram.
Pelo
desgosto e com depressão, meu pai adoecera e veio a falecer. Minha
mãe ficou com quatro filhos para criar. Gostava de cuidar dos
jardins da casa da fazenda, mas precisou trabalhar com costuras, e
bordadeira de mão cheia como era, sustentava os filhos.
Eu
era o filho mais velho com 19 anos de idade. Fui trabalhar também. E
as regalias que tive a mais do que meus outros irmãos em se tratando
de estudos, comecei a trabalhar num escritório de contabilidade do
amigo de meu pai. Tinha a caligrafia e datilografia, o que muito me
ajudou. Pretendia ser advogado.
Minhas
duas irmãs trabalharam de faxineiras em casa de família, mas
conhecidas no povoado da fazenda, casaram – se com ricos
fazendeiros e estão bem até hoje. Eu, minha mãe e meu irmão
caçula, deixamos a casa da fazenda e fomos morar numa outra cidade,
no interior mesmo de Goiás. Logo casei e fui trabalhar com meu
sogro, que tinha um empório. Minha mãe cuidou do meu irmão caçula
que pegou uma meningite e veio a falecer. Ela
morreu de velhice.

Como
meu pai, deixei mulher e filhos.
-
O que se pode fazer? A vida termina para todos, seja rico meu pai
foi, seja pobre como eu fui.
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