"Acordei
com um par de asas em minhas costas.”
Saí da faculdade e uma
turminha se formava à porta. Era sexta – feira e costumávamos ir
a um barzinho, ali perto.

Meu pai, cardiologista,
pegou uma vez minha irmã fumando no quarto e o sermão de duas horas
me fez ver que eu não tinha saco para isso; então fumar nem pensar.
Fui a óbito por causa de uma doença, não do pulmão, mas do coração, mas até
aí, tanto faz. Acordei com um par de asas em minhas costas. Eram
branquinhas e me sentia leve. Eu voava como Ícaro*.
Perguntei
ao anjo que passava:
-
Porque aqueles com asas cinzentas não voam?
-
Por que estão cheios de nicotina em seus pulmões, e levarão anos
para voar.
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